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Formado em Ciências Sociais, tenho interesse em compartilhar idéias e conhecimentos. Realizar trocas de experiências. Desejo um mundo melhor para todos, sou radicalmente contra as injustiças sociais, a corrupção e a poluição do planeta.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Tráfego telefônico.

Vamos falar hoje sobre tráfego oferecido e tráfego escoado. Você sabe mesmo a diferença entre estes dois conceitos?

Dissemos em postagens anteriores que o tráfego oferecido é estimado, ou seja, ainda não temos como mensurá-lo. O tráfego escoado (medido) é aquele que nos é apresentado em relatórios de tráfego emitidos pela central telefônica.

É fácil fazermos esta distinção entre o “Ao” e o “Ae” quando apresentamos o seguinte conceito:

Ao = Ae + Ap  ou seja, Tráfego Oferecido = Tráfego Escoado + Tráfego Perdido.

Se o tráfego perdido for igual a zero, temos então que o Ao = Ae.

Em postagens anteriores, também dissemos que um recurso (canal, tronco, enlace, etc.) pode escoar no máximo 1 Erlang. Dado pela seguinte fórmula:

A = C. tm/T -> Tráfego = Número de chamadas (C) x Tempo médio destas chamadas (tm) / Período de observação (T).

Se tivermos então para um determinado recurso a seguinte situação: 1 chamada que tenha ocupado um determinado recurso (canal, tronco, etc.), pelo período de 1 hora e que observamos este recurso durante todo este período, ou seja, uma hora teremos:

A = 1 x 60/60 = 1 Erlang.

Você há de convir que esta seja a maior carga possível atribuída a um recurso, pois caso você tenha duas ou mais chamadas, você não conseguirá esta carga, as chamadas teriam que ser subsequentes (por exemplo, duas chamadas de 30 minutos num período de 1 hora) e existe um pequeno delay entre uma chamada e a próxima, devido até mesmo à desocupação do recurso para se preparar para atender uma nova chamada.

Se você trabalha com tráfego telefônico, já deve ter ouvido falar sobre as tabelas utilizadas pelas equipes de planejamento e tráfego das operadoras do serviço telefônico. Abaixo apresento uma pequena amostra destas tabelas utilizadas antes dos programas de software desenvolvidos na atualidade para substituí-las:








Esta tabela de tráfego se trata de “Tabela de tráfego oferecido” ou “Tabela de tráfego escoado”?

Para que você, definitivamente, não tenha mais dúvidas com relação a isto, observe, na tabela acima, que para 10 recursos, coluna (N) a esquerda da tabela e um grau de serviço (B) = 40% nos dá uma capacidade de tráfego = 14, 68 Erlangs. 

Isto contraria a nossa afirmação que cada tronco ou canal pode escoar no máximo 1 Erlang, pois 
14,68 / 10 = 1, 47 Erlangs por recurso (canal, tronco, etc.). 

Então, podemos afirmar que esta tabela trabalha com tráfego oferecido (Ao). 

Para encontrar o tráfego escoado para esta situação teremos 14,68 x 40 / 100 = 5,87 que corresponde ao tráfego perdido. 

Como Ao = Ae + Ap então teremos Ae = Ao – Ap o que nos dá:

Ae = 14,68 – 5,87 = 8,81 Erlangs. Ou seja, uma rota com 10 troncos, dimensionada com 40% de perda pode escoar no máximo 8,81 Erlangs.

Esta mesma rota dimensionada com 1% de perda teremos:

Ae = 4,461 – 0,0446 = 4,42 Erlangs.

Veja como a política de GoS (Grau de Serviço) afeta o nosso dimensionamento.

Você não pode comparar tráfego escoado com tráfego oferecido. Muitas pessoas tem a tendência de fazer esta comparação. Observar o tráfego escoado em uma rota ou grupo de órgãos e então verificar na tabela de Erlang se a rota se encontra congestionada ou não. Nunca faça isto, pois você pode incorrer em uma falha grave de redimensionamento de rota. Ainda mais nos dias atuais em que as rotas possuem dezenas e até centenas de E1 instalados.

Abraço a todos e até a próxima postagem.

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